A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), é uma perturbação crónica do neurodesenvolvimento com origem em perturbações do sistema nervoso central e afeta o normal desenvolvimento da criança. Carateriza-se por défices a nível da comunicação e interação social em contextos múltiplos, associada a padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. A designação de espectro foi atribuída pela variabilidade dos sintomas, desde as formas mais leves até às formas mais graves. As primeiras manifestações, surgem numa fase muito precoce da criança e vão-se tornando mais evidentes com o desenvolvimento da criança .
Não existe um marcador biológico para identificar as PEA, são identificáveis através de comportamentos observáveis. Estão classificadas e descritas em sistemas internacionais de diagnóstico: no manual de saúde mental o DMS-5 da Associação Americana de Psiquiatria (Manual Diagnóstico e estatístico de Transtornos mentais, 5.º edição, DSM-5, American Psychiatric Association, 2013) e na Internacional Classification of Diseases 11th Revision(ICD-11, 2019), publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até ao ano 2013, a Perturbação do Espectro do Autismo era classificada em três grupos de critérios para diagnóstico clínico: perturbações na comunicação, na interação social recíproca e interesses restritos e comportamentos repetitivos. Segundo a versão mais atual do DSM-5 (2013), os critérios de Diagnóstico da Perturbação do Espectro do Autismo são os seguintes:
B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Nestes critérios estão incluídas as rotinas obsessivas, a hiper ou hipo sensibilidade sensorial, entre outros comportamentos, in https://www.fpda.pt/
C. Os sintomas devem estar presentes no início do período de desenvolvimento. Eles podem não estar totalmente manifestos até que as exigências sociais excedam as suas capacidades ou podem ser dissimulados mais tarde por algumas estratégias de aprendizagem.
D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento atual.
E. Estas perturbações não são mais bem explicadas por incapacidade intelectual ou atraso global do desenvolvimento.
Os alunos com Perturbação do Espectro do
Autismo são um exemplo de alunos com necessidades de medidas.
Compreendê-los, aceitá-los e trabalhar com eles pode considerar-se uma
mais-valia tanto para a turma, quanto para o o professor e conselho de turma de forma a perceber as suas necessidades educativas.
Nós como professores de educação
especial temos um papel fulcral na vida destas crianças, de poder transformar a
sua vida, dando-lhes competências
úteis para usarem ao longo de sua vida, permitindo assim que estas tenham o
poder de escolher o que querem ser no futuro. Não nos devemos restringir só às
suas limitações, aquilo que não conseguem fazer, mas sim enaltecer as suas
capacidades e possibilidades, tornando um processo de integração para um
processo mais otimista, na direção de uma educação inclusiva.
Os alunos com Perturbação do Espectro do Autismo têm capacidades e
potencialidades, devem-se atender às especificidades individuais de cada um, as suas limitações são únicas, variando
quanto à forma ou grau de comprometimento, conduzindo a uma necessidade de
tratamento subjetivo. Assim, a escola e todos os demais intervenientes devem-se adaptar e criar competências individualizadas para estes jovens. Deve-se
estimular as características positivas das crianças, visto que as biológicas
não se podem alterar, integrando-as na sociedade.
Muitas vezes, estes alunos revelam
dificuldades escolares de adaptação por
comportamentos distintos como indisciplina, frustração, ansiedade, desinteresse,
falta de empenho, resultando muitas vezes em fracasso escolar e social, é
importante que a escola, os professores e os professores de educação identifiquem as
necessidades consigam respostas educativas adequadas a estes alunos independentemente das suas caraterísticas e necessidades.
A maneira como os adolescentes com autismo irão vivenciar esta fase
dependerá de questões individuais como a cognição e o tipo de autismo, a
autonomia, apoio dos pais, professores, terapeutas e habilidades sociais já
desenvolvidas. Pois, a adolescência é
uma fase de transição que envolve aspetos físicos, hormonais, mentais e
sociais. Os adolescentes com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), ligeira costumam ter maior visão e
compreensão sobre si mesmos e suas dificuldades. Os adolescentes com autismo
mais severo, apresentam maior dificuldade de comunicação e compreensão das
mudanças que ocorrem nesta fase. Por vezes, pode acontecer durante esta fase os
jovens terem uma “má” imagem corporal,
fraca autoestima, dificuldade de autonomia e Independência, o que leva à
frustração e comportamentos mais inadequados. Para o adolescente, a procura da
identidade torna-o mais sensível, não só às avaliações dos outros, mas
essencialmente às avaliações que este faz, como resultado de comparações com o
grupo de pares e que podem influenciar a sua autoestima.
American Psychiatry Association: www.psychiatry.org
Federação Portuguesa do Autismo: https://www.fpda.pt/

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